segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Memórias do meu Cativeiro, de Clara Rojas [Opinião]




           Gostei de ler este livro, por vários motivos:
Primeiro, porque Clara Rojas descreve algumas das suas dificuldades durante o sequestro que sofreu pelas FARC;
Segundo, porque mostra que os heróis são humanos, isto é, cometem erros e, também fazem julgamentos falsos;
Terceiro, porque é uma lutadora e apesar dos maus momentos que passou (e.g. ter o filho na selva; ser separada do filho) demonstrou que com persistência, determinação e muita luta todos nós conseguimos contornar os obstáculos que surgem no decorrer da nossa vida. E por isso vale a pena lutar pelos nossos sonhos, principalmente quando eles são o motivo da nossa existência.
E, é por isso que a luta não é inglória. Mesmo que nós não a ganhemos.
Não lutar, ou melhor não tentar e acomodar-se é que é inglório e, sem dúvida uma derrota para a vida de qualquer ser humano.

Deixo-vos, com a sinopse do livro: 

"A 23 de Fevereiro de 2002, Clara Rojas, directora de campanha de Ingrid Betancourt pelo Partido Verde Oxigénio, é raptada, juntamente com esta, durante uma visita ao interior do país, pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Propuseram-lhe a liberdade, estavam mais interessados em Ingrid, Clara não aceitou abandonar a amiga, pensou que as libertariam dali a um mês ou dois… 
Dias que se transformaram em anos, seis anos na selva colombiana, até à sua libertação a 10 de Janeiro de 2008. Seis meses depois, Clara Rojas decide contar a sua experiência infernal num livro, este livro, Memórias do Meu Cativeiro. 
A vivência forçada na selva, num clima húmido, selvagem e escuro, a falta de comida, a privação de intimidade e higiene, os conflitos, as tentativas de fugas, a hostilidade e a crescente tensão que surge, não só dos guerrilheiros, mas também dos conflitos entre reféns. Mas na história de Clara surge um capítulo único, que emocionou o mundo. Clara engravida de um guerrilheiro. 
Clara vê-se obrigada a fazer uma cesariana no meio da selva sem assistência médica nem medicamentos. Apesar das dificuldades, nasce Emmanuel. Mas, oito meses depois, as FARC separam-na do filho e, durante três anos, vive sem notícias do seu paradeiro. A sua libertação e o reencontro com o filho e a família marcam o recomeço de uma vida ao encontro de uma normalidade esquecida durante seis anos. "Em parte continuo a ser a mesma, mas com uma cicatriz no ventre e uma marca muito profunda no pensamento e no coração".



2 comentários:

  1. São memórias que é impossível esquecer.
    as memórias construídas, vão dar fruto ao que nós somos hoje... e assim sucessivamente.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo consigo. O que seria da nossa vida sem memória? Não teríamos a nossa identidade, nem saberíamos o que era ter uma personalidade!

      Eliminar