quarta-feira, 26 de junho de 2013

Opinião: "Maya - O Romance da Criação" de Jostein Gaarder [Editorial Presença]


Adoro os livros de Jostein Gaarder porque abordam, questões e/ou temas para as quais o ser humano ainda não encontrou respostas.

Os temas abordados neste magnífico livro situam-se nas questões de fórum existencialista, abarcando o mistério do cosmos, o mistério da vida e o mistério da morte.

Centrando sobre o mistério da morte, é sabido que a nossa sociedade e cultura, evita falar sobre a morte. Sendo ela - "a morte" - um grande "tabu" nos dias de hoje. Por esta razão, as pessoas  numa situação de perda de um conhecido/amigo não sabem como se comportar. O que é perfeitamente normal, tendo em conta que é um "tabu" e por isso evita-se falar-se sobre o mesmo. As pessoas nessas circunstâncias acabam por manifestar a sua solidariedade através de, frases feitas, como por exemplo: "Os bons não pertencem a este mundo". As pessoas que recorrem a este tipo de frases feitas, penso eu que não reflectem muito sobre os significados das mesmas. Pois se reflectissem, depreenderiam que dizer isso ao conhecido/amigo no momento de pesar, é extremamente descabido e agressivo. Ora vejamos, se "os bons não pertencem a este mundo", posso concluir que ser mau prolongaria-me a vida, certo? As pessoas de uma forma geral, limitam-se simplesmente a repetir as mesmas frases como se se tratassem de um "ROBOT HUMANIZADO".

Como lidar com este "tabu"? Digo-vos que o caminho para lidar com o "tabu" associado à morte, é o de preparar as pessoas para a morte de uma forma construtiva, ou seja, a morte é irmã gémea da vida, uma não existe sem a outra. Não é por a ignorarmos, que vamos sair ilesos ou conseguir escapar à morte, ninguém o conseguiu, pelo menos que eu tenha conhecimento disso. E vocês conhecem alguém que se tenha tornado imortal?

Depois de ter-vos exposto a ideia principal que retive deste livro, deixo-vos uns excertos do manifesto inserido neste livro, com o propósito de vos aguçar a curiosidade e levar-vos a ler "Maya - O Romance da Criação" de Jostein Gaarder:

"Leva-se milhares de milhões de anos a criar um ser humano. E só uns segundos a morrer."

"Ao morrer, assim como a cena está fixada no rolo da película, e os cenários ruíram e arderam, somos fantasmas na lembrança que os nossos descendentes têm de nós. Então somos fantasmas, querido, somos mito. Mas ainda estamos juntos, ainda somos um passado comum, um passado remoto eis o que somos. Sob um relógio de passado mítico escuto a tua voz."

"Os elfos estão agora no conto, mas são aquilo para o qual não há palavras. Seria o conto um verdadeiro conto se fosse capaz de se ver a si mesmo? Causaria impacte a vida diária se estivesse constantemente a explicar-se a si própria."

Novidade | Pequeno manual das raparigas | Círculo de Leitores


segunda-feira, 24 de junho de 2013

25 de junho | Fundação José Saramago recebe a «Obra Completa do Padre António Vieira» [Círculo de Leitores]


Opinião: "O Diário da Nossa Paixão" de Nicholas Sparks [Editorial Presença]


Bem eu já tinha visto o filme "O Diário da Nossa Paixão" há alguns anos, e amei o filme. Pelo que, quando tive a oportunidade em adquirir o livro e lê-lo, o fiz.
Posso-vos dizer que o livro e o filme têm algumas diferenças. Contudo o núcleo da história manteve-se do livro para adaptação em filme.
O que mais amei no livro, foi a forma como Nicholas Sparks narra a história, com tanta emoção e pormenor, fazendo com que o leitor fique colado ao livro até termina-lo de ler. 

Adorei as personagens, Noah e a Allie. O Noah tem um charme arrebatador, tão doce e protetor. Já a Allie teve a coragem de decidir e escolher o amor de ambos, é também uma mulher forte, decidida e com um sentido prático no que se refere à sua doença, preparando tudo ao pormenor.
A mensagem deste livro, é o amor. O amor é aquele que cura, aquele que supera qualquer adversidade, o amor incondicional, o amor saudável, aquele que é transponível à morte.
E é por isso, que vemos um Noah que ama a sua esposa com os defeitos e qualidades. Que arregaça às mangas e luta pelo amor de ambos contra uma doença traiçoeira - o Alzheimer.

É um livro arrebatador e por isso recomendo a todos vós :)

Deixo-vos com o trailler do filme "O Diário da Nossa Paixão":

Opinião: "Segredos Imorais" de Brian Freeman [Editorial Presença]


É o primeiro livro que leio de Brian Freeman, e posso-vos dizer que fiquei rendida pelo enredo, pela construção dos cenários, pelo mistério e pelas personagens tão bem construídas e delineadas.

Em traços gerais, esta narrativa tem como pano de fundo um thriller policial. Há um suposto duplo homicídio de duas jovens adolescentes. E tudo gira, em torno da resolução do mistério à volta dos supostos homicídios. Na mesma linha, somos embebidos pelas personagens com mentiras, sexo, vingança e obsessão. Nós leitores somos levados a viajar no tempo através de analepses e, prolepses.

O que eu mais gostei neste livro, foi sem dúvida a capacidade manipuladora, fria de algumas personagens. Que foram capazes de mentir e dissimular. Este não é um thriller policial com um final previsível, ou seja, não é de prever quem é o assassino?! É também cheio de emoções fortes, que podem chocar alguns leitores, não é por acaso que o autor atribuiu a esta magnífica obra o título "Segredos Imorais".

Quem gostar de mistério, de jogos psicológicos e de emoções fortes, poderá encontrar aqui neste livro esses ingredientes.